Uma breve reflexão sobre a saturação das tendências de moda a partir da obra de Enrico Cietta do livro “A economia da Moda”
A novidade é aquilo que já vi, mas não vi demais – Early adopters.
A velocidade de transmissão da tendência é, em geral, inversamente proporcional à sua duração. A adoção de uma tendência é normalmente ligada à exposição que o consumidor teve a esta tendência. Esta exposição não deve ser nem exagerada, nem escassa. Se a exposição é ainda baixa, o consumidor não a percebe como tendência e não se associa a ela. Esse indivíduo chamamos de Early Adopters, ou seja, os que adotaram a tendência com antecedência, geralmente são associados a informação através dos Trend Setters. Os Trend setters são os que normalmente, estão um passo a frente da massificação daquilo que vai vir a ser tendência de moda e por isso, servem como referência do que o mercado e público vai querer consumir muito em breve.
A tendência relativa – Day adopters e Late Adopters
A tendência é também a novidade – outra característica dos bens criativos – e são sempre relativas, O indivíduo avalia a tendência com base naquilo que viu nos outros (ou nos sistemas de informação, como as revistas, a televisão, o cinema, etc.). A novidade é também aquilo que “já vi”, mas ainda “não vi” demais. Uma novidade, em suma, é o que agrada e que tem a característica de ser pouco conhecida de um determinado consumidor. Enrico Cietta salienta: “Destaco aqui a palavra determinado porque dois consumidores podem considerar novidade dois produtos diferentes, devido ao fato de que cada um deles foi exposto de modo diferente à mesma tendência“.
Quanto mais o sistema de transmissão da tendência é interconectado, mais o consumidor será exposto àquela tendência. Dessa forma, o nível de saturação será alcançado mais rapidamente, pressionando a busca por novidade. Se ela (a novidade) for encontrada no mercado, o consumidor tenderá a romper a tendência passada e a compra-la. Agora, se a exposição é muito alta, o indivíduo pode cansar-se daquela tendência, e buscar uma novidade que lhe pareça mais satisfatória. A exposição à tendência alcança um nível de saturação que leva o consumidor a procurar outra.
Como saber quando se deve investir na tendência e, se investiu, quando deve parar ?
Depois de alguns anos de convivência com essa velocidade no ciclo de produção de novas coleções, chegamos a conclusão de que se o valor do produto depende do tempo, a depreciação do produto é muito maior. Então, como administrar esse círculo vicioso do mercado que, ao mesmo que é vantajoso (enquanto está vendendo), é também extremamente letal quando a informação se torna rapidamente obsoleta com muita mercadoria da tendência em loja, quiçá, muitas vezes, ainda em produção?
Não se pode ter certeza sobre o que fará sucesso, até que este de fato aconteça. A diferença entre uma tendência de consumo de sucesso e uma que não alcançou aceitação do consumidor, não é explicável a priori. Obviamente, existem elementos que podem reduzir o risco, mas todas as atividades de alto conteúdo imaterial são arriscadas em si pelo simples motivo de que uma parte – normalmente bastante significativa – do valor do produto está fora do controle dos próprios produtores, pois de um certo modo está submetida à vontade do consumidor (Cietta, 2010). Por isso, é importante traçar um cálculo aproximado dos riscos do produto que se pretende apostar, que consiste, basicamente, na avaliação do seu potencial: i) para figurar no mercado como uma novidade para o consumidor; ii) de adaptação à tendência em uso.
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